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sábado, 25 de novembro de 2017

Urbanistas e polícia alertam: “Viver em casas abertas para a rua é menos perigoso e melhor para a cidade”





Estudo mostra que casas com muros altos são mais atrativas porque oferecem maior privacidade aos invasores.

Se fosse escrita hoje, a história dos três porquinhos terminaria com o Lobo Mau empunhando uma pistola. Fôlego não seria necessário. Bastaria uma boa estratégia (e munição) para entrar pela porta da frente da casa de tijolos. A fábula do século 19 se mantém atual ao dar a medida de como o crime supera recursos desenvolvidos exatamente para combatê-lo. Primeiro, a palha; depois, a madeira; depois, a alvenaria. A tecnologia definitivamente não faz sucesso, senão imediato; os sopros da violência estarão sempre em dia com a última novidade.

As cidades estão cheias de desconhecidos, diz a urbanista norte-americana Jane Jacobs em seu livro "Morte e Vida de Grandes Cidades", um estudo sobre os principais problemas urbanos no mundo. A frase dá a pista. Quem ergue um muro diante de casa, numa cidade grande, quer viver em paz. Mas os bairros de São Paulo estão repletos de exemplos que desmontam a ideia. Casas muradas também são assaltadas.

É consenso entre urbanistas e arquitetos do mundo inteiro: muros que cercam casas e prédios, munidos ou não de cercas elétricas, e especialmente aqueles que são voltados para a calçada guardam contradições diversas dos tempos modernos. Tudo o que representam e tentam preservar -segurança, privacidade, delimitação de espaço- cai por terra quando sua função é invertida. Em vez de proteger quem está do lado de dentro, acreditam os especialistas, acabam isolando os moradores e, consequentemente, também eventuais invasores. Além de transformar a rua em território de ninguém.

Uma pesquisa recente da Polícia Militar do Paraná revela que assaltantes preferem casas com muros. O levantamento realizado em Curitiba -que, segundo seu autor, o coronel Roberson Luiz Bondaruk, 45, pode ser aplicado em todos os centros urbanos do país- mostra que de 300 casas que foram assaltadas na cidade, 60% eram cercadas por muros altos. As outras tinham grades ou portões. Entre as 300 assaltadas, nenhuma era aberta para a rua. Além de entrevistar moradores, a pesquisa também se baseou no depoimento de detentos: 71% dizem preferir assaltar casas com muros de até 2 m, e 54% afirmam que muros ocultam melhor a ação.

"O muro protege o invasor depois que ele entrou na residência. Há casos de assaltantes que passam até o fim de semana lá dentro, fazendo os donos da casa de reféns. E, de fora, ninguém percebe nada, nem tem como perceber", diz Bondaruk.

Um pouco mais de caldo para essa argumentação: em São Paulo, acontecem por mês, em média, duas grandes invasões -os chamados arrastões- em condomínios de luxo cercados por muros e por toda a parafernália tecnológica de segurança, segundo a 2ª Delegacia de Investigação de Crimes Patrimoniais e o Secovi-SP (sindicato da habitação).

"Muros não adiantam nada. O bandido, hoje, entra pela porta, fazendo o porteiro de refém", diz o arquiteto e urbanista Héctor Vigliecca, autor de vários projetos urbanos da cidade, como a reforma da Oscar Freire e a urbanização de parte da favela de Paraisópolis. "Muros são um sintoma da nossa ignorância. É como o avestruz, que coloca a cabeça dentro de um buraco para se esconder," acredita.

A urbanista Regina Meyer, professora do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da FAU da USP, também desdenha dos muros. "Eles estabelecem uma não-comunicação entre as casas e a rua. São perniciosos, pois você não enxerga a rua de dentro de casa e os passantes não te enxergam. A rua perde sua função de lugar de encontro e, vazia, torna-se mais perigosa."

No livro de Jacobs, essa idéia se completa: "Não é preciso haver muitos casos de violência numa rua ou num distrito para que as pessoas temam as ruas. E, quando temem as ruas, as pessoas as usam menos, o que torna as ruas ainda mais inseguras".

Jardim dos encarcerados
Pois quatro famílias que não temem (tanto) as ruas de São Paulo toparam mostrar aqui, nesta reportagem, a cara e as casas. São moradores que tiveram poucos problemas relacionados a roubos e assaltos, apesar de viverem em casas abertas para a rua. Nem grades eles usam. No máximo, portões bem baixinhos.

Das 15 casas consultadas com esse perfil, apenas duas foram invadidas, mas sem grandes conseqüências. "Foi tudo muito rápido", conta o engenheiro Rodrigo Odilon Guedes Mesquita, 83, que vive em uma delas, em Pinheiros. "O ladrão teve que sair correndo, porque, de dentro de casa, sentiu-se vigiado por quem estava na rua. Um guardinha notou sua presença. E ele não levou nada", relata.

Em outro caso, numa casa nos Jardins, Francisco da Silva (nome fictício) viu, da janela de vidro da sala, um sujeito estranho se aproximar. Sua casa é toda aberta para a rua, tem portas e janelas de vidro, pontos de iluminação em todo o jardim, um vigia na rua. "Se tivéssemos muros, nem nós mesmos perceberíamos o sujeito se aproximando e nem o vigia veria ele no nosso jardim, pois ele estaria amparado por paredes", diz o dono da casa. O suposto invasor teve de se retirar, frustrado. "Sumiu na vizinhança, provavelmente por trás de casas muradas."

Os sem-muro orgulham-se de sua exposição. A psiquiatra e psicanalista Leda Maria Silva Teixeira, 57, afirma que não se sente insegura em um sobrado aberto para a rua, na Vila Beatriz (zona oeste). "Vários amigos e os vizinhos vivem me aconselhando a colocar um muro ou um portão. Já até pensei em fazer isso, quando me mudei. Mas meu filho disse 'poxa, a frente da casa é tão bonitinha'. O tempo foi passando e eu deixei pra lá."
A casa onde ela mora há 17 anos nunca foi invadida. "Já até esqueci a janela aberta, e nada aconteceu." A sala de jantar fica bem próxima à ampla janela da frente, que nem grades possui. Dali, mesmo para quem está sentado, é possível ver as árvores e o movimento da rua. "Tenho a impressão de que minha casa é mais ampla, por conta da ausência de muros", diz Leda.

Em um outro sobrado, da Vila Nova Conceição, a professora de alemão Regina Ronca toma como suas as palavras de seu pai, Murillo Ronca, 90, que mora na mesma casa. "Ele chama o bairro de 'jardim dos encarcerados'", conta ela.

Uma volta rápida pela vizinhança explica o apelido. Impossível ver o que se passa por trás dos muros que cercam boa parte das casas. "Acenar para o vizinho, como fazíamos antes, nem pensar. E sabe que, outro dia, na igreja, uma senhora me perguntou se eu morava na 'casa do gato na janela'. Meu gato passa o dia na janela. Se minha casa tivesse muros, essa aproximação não aconteceria."

O único problema, e quem o aponta é o pai, Murillo, "é que um engraçadinho deu para roubar meu jornal, que o entregador jogava aqui no jardim". A solução não foi difícil: Murillo pediu para que o jornal fosse jogado na casa do vizinho. E, de certa forma, não teve como fugir dessa. Concordou que acaba tirando uma casquinha dos muros vizinhos.

Vizinhança vigiada
São "probleminhas" como o do jornal roubado que delegam aos muros alguma eficiência, como defende o diretor técnico da construtora e incorporadora Tecnisa, Fábio Vilasboas. "Muros evitam roubos pequenos e também fazem com que moradores de condomínios ou casas não sejam vistos por quem passa na rua. Em uma cidade grande, quem é visto, em geral, sente-se exposto", argumenta.

Segundo o engenheiro, todos os condomínios construídos pela Tecnisa são cercados por muros, exceto pela entrada, que, em geral, tem grades e portão em sistema de clausura (aqueles com duas portas, que prendem temporariamente o visitante). "Muitas vezes, optamos pela grade, mas nos pedem para substituí-la por muros", relata. "Principalmente em áreas de lazer, na piscina, as pessoas preferem não ser vistas. Não querem mostrar que vivem em um lugar de alto padrão." Isolamento acústico, principalmente em empreendimentos localizados à beira de vias de grande movimento, também é um argumento utilizado por quem prefere viver entre muros.

Essa sensação de vulnerabilidade, segundo Regina Meyer, deveria ser repensada em benefício da cidade e de seus bairros. "Se os moradores querem se isolar da rua, eles perdem muita coisa. Desconectam-se de uma noção de vizinhança. O bairro é demolido pelo muro. A vigilância poderia ser feita pelos próprios moradores, que tomariam conta uns das casas dos outros", argumenta.

O urbanista Hector Vigliecca engrossa o coro: "Qualquer policial sabe que, para se defender, você precisa saber onde está seu inimigo. E, para defender um território privado, antes de mais nada, você precisa defender o território público. Para isso você tem que 'ocupar', ver e tomar conta do espaço público, da rua. Da sua casa você precisa enxergar o que está acontecendo na rua, chamamos isso de policiamento social".

Trata-se de uma idéia antiga, empregada pelos americanos e pelos ingleses principalmente e divulgada por um movimento conhecido como "Neighborhood Watch", que existe desde os anos 60. Um conceito criado por urbanistas e arquitetos que, se tivesse algum crédito entre os paulistanos, faria ruir um modelo completamente antagônico, em que isolamento e violência se digladiam todos os dias.


Colaborou Tharsila Prates / Autor: Gustavo Fioratti

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Condomínio: Conselho Consultivo e Fiscal





Resumo: O presente artigo visa abordar com clareza o tema em alusão, sobretudo as diferenças entre os institutos no âmbito do condomínio edilício.

Com o advento do novo Código Civil, muitos juristas e operadores do Direito se depararam com uma gama dúvidas e imprecisões quanto à revogação ou não da Lei nº 4.591/64, que dispunha, à época, sobre as regras atinentes ao condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias.

No entanto, a jurisprudência pátria consolidou o entendimento de que a legislação anterior (Lei nº 4.591/64), a partir de 2003, foi revogada apenas nas partes que conflitavam com o atual Código Civil.

Nesse sentido, há que extrair com clareza que: - Ainda que o Código Civil vigente não tenha trazido consigo a forma do Conselho Consultivo, não se pode afirmar que o mesmo tenha sido extirpado do ordenamento jurídico, sobretudo da órbita dos condomínios edilícios. Isto por que este se encontra lastreado na legislação anterior, especificamente em seu vigésimo terceiro dispositivo, cuja íntegra encontra-se transcrita abaixo:

Art. 23, da Lei 4.591/64: “Será eleito, na forma prevista na Convenção, um Conselho Consultivo, constituído de três condôminos, com mandatos que não poderão exceder de 2 anos, permitida a reeleição.”
Parágrafo único.
“Funcionará o Conselho como órgão consultivo do síndico, para assessorá-lo na solução dos problemas que digam respeito ao condomínio, podendo a Convenção definir suas atribuições específicas”.

Portanto, o atual Código Civil apenas complementou o que já era estabelecido na norma anterior, fazendo figurar em nosso ordenamento jurídico o que na prática de alguns condomínios já havia, qual seja, um conselho consultivo composto por 3 (três) membros.

Convém esclarecer, por oportuno, que não cabe ao Conselho Consultivo substituir as funções do administrador (síndico). Para isto o condomínio deverá deliberar em assembleia, devidamente convocada para estes fins.

O Conselho Consultivo também não deve exigir do síndico que suas sugestões sejam acatadas, posto que se trate de um órgão meramente consultivo.

Ademais, não se pode deixar de consignar que o Conselho Consultivo, não guarda relação alguma com o Conselho Fiscal. Este último encontra-se regulado no art. 1.356 do Código Civil, o qual é facultativo, devendo-se observar criteriosamente as regras provenientes da convenção do edifício.
Art. 1.356, do Código Civil: “Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico”.

Não bastasse o módico tratamento legal dado ao tema em debate, verificamos que o Código Civil insere na sistemática legal o Conselho Fiscal como sendo um órgão facultativo, portanto, não obrigatório da administração condominial.

Soma-se a pouca importância dada pela lei ao Conselho Fiscal, a interpretação que os leigos dão ao texto, que, na grande maioria, limita a competência de seus os membros somente à emissão de parecer sobre as contas do síndico.

Na prática, por desconhecimento da legislação, esses 2 (dois) institutos se entrelaçam e se misturam de forma homogênea, mas a verdadeira intenção do legislador, conforme exposto até o momento, não foi exatamente essa.

Antes de finalizarmos, insta realçar novamente que, independentemente da espécie e gênero de Conselho, a figura e autonomia do síndico devem ser respeitadas, ao passo que qualquer mácula deve ser imediatamente repudiada pelo Poder Judiciário, sem prejuízo das sanções previstas na convenção.

Em suma, pode-se dizer com plena exatidão, em que pese o burburinho corriqueiro no setor imobiliário, que ambos os conselhos são imprescindíveis à preservação e o equilíbrio da gerência do condomínio, laborando conjuntamente, de forma prestativa e harmoniosa com o administrador, leia-se, síndico.

Autor: Thiago Hora - Graduado pela faculdade de direito Cândido Mendes/RJ, Pós graduando em Direito Imobiliário pelo CEPAD/RJ, Advogado. 



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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Inadimplência atinge maior número de pessoas desde 2012, diz Serasa Experian





Nesta segunda-feira (3), o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor divulgou que em maio deste ano o número de pessoas com dívidas em atraso no Brasil chegou a 61 milhões, sendo o maior número obtido desde o início da série histórica que começou em 2012.
De acordo com a Serasa Experian, cerca de 900 mil consumidores ingressaram no cadastro de inadimplência no mês de maio. No mesmo mês do ano passado, o número registrado era de 59,5 milhões de pessoas na lista. Especialistas da entidade avaliam que as principais causas desse crescimento são o desemprego e a recessão econômica.

Consequências

Além de restringir o acesso ao crédito e desorganizar a vida financeira das famílias, ingressar o nome ou mantê-lo nos cadastros de proteção também contribui para que o score de crédito do consumidor seja baixo.
Os pontos do Serasa Score variam entre zero e 1 mil, e são resultantes do relacionamento do consumidor com o mercado. Além disso, outros elementos como o pagamento de contas em dia, histórico de dívidas negativadas, relacionamento financeiro com empresas e dados cadastrais atualizados são considerados para o resultado final.
Uma baixa pontuação no score pode significar que o cidadão em questão tem maiores chances de não honrar seus compromissos financeiros nos próximos 12 meses ou ter acesso facilitado ao crédito.
“Vale lembrar que cada caso é um caso: a elevação ou decréscimo do score após entrada ou saída da lista de inadimplentes dependerá de uma série de fatores, como o valor da dívida, quantidade de parcelas em atraso e quanto tempo aquele CPF permaneceu na lista de inadimplência”, explica a diretora do Serasa Consumidor, Carolina Aragao.
Assim que o consumidor deixa a lista de inadimplentes, a sua pontuação começa a aumentar, o que melhora a reputação junto ao mercado de crédito.


Mais pontos

Pagar as contas em dia, manter os dados cadastrais atualizados e abrir o Cadastro Positivo podem ajudar a elevar a pontuação. Pensando nisso, especialistas da Serasa selecionaram dicas para ajudar o inadimplente a frear as contas em atraso, confira:
1.     Consulte o site do Serasa Consumidor e verifique se você está negativado ou não;
2.     Em caso de interesse por crédito no mercado, cheque como está a sua pontuação no Serasa Score, assim poderá medir quais as chance de conseguir um financiamento;
3.     Se você é um consumidor com o nome sujo, vá até o Limpa Nome Online, e veja qual a proposta do credor para sua dívida em atraso;
4.     É muito importante que as parcelas da renegociação de dívida caibam no bolso e, somadas aos débitos já existentes – desconsiderando o imobiliário – não ultrapassem 20% da renda mensal;
5.     Antes de renegociar é necessário que o endividado coloque na ponta do lápis todas as despesas fixas e as contas já assumidas ou previstas. Desta forma, obtém-se o quanto está disponível e quais as condições reais para pagar a nova dívida que será renegociada;
6.     Quem está com dívidas em atraso e com direito ao resgate do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve utilizar, ao menos, parte do valor para quitar as pendências;
7.     Utilize um crédito mais barato para pagar dívidas mais caras: “um crédito consignado poderá ser a saída para as parcelas atrasados do cartão de crédito ou do cheque especial, por exemplo”;
8.     O Serasa Consumidor disponibiliza gratuitamente o e-book “Como se preparar para a renegociação de dívidas”, com um série de dicas para fazer uma boa renegociação e sair da inadimplência.





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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Adensamento urbano



Muitas soluções ambientais estão ligadas ao urbanismo. Embora urbanismo seja em primeiro lugar uma questão política  e as soluções urbanas sejam coletivas vamos falar um pouco sobre ele aqui para orientar algumas decisões do cidadão individualmente ecológico. Percorrendo uma cidade encontramos realidades bem diferentes. 
Em certas áreas urbanas vemos árvores nas ruas, grama nas áreas de passagem, além de casas com jardim e quintal. Os recuos entre construções são mais amplos e elas não se grudam umas às outras. Em alguns condomínios de apartamentos também encontramos ampla área livre e verde abundante. 
Áreas residenciais com essas características, além de propiciarem uma qualidade de vida melhor aos moradores, também têm algumas vantagens ambientais.  A presença do verde tem efeito positivo no efeito estufa, afinal os vegetais sequestram o carbono atmosférico. Áreas gramadas, jardins e quintais permitem a infiltração da água da chuva e isso é ótimo para a circulação subterrânea das águas. 
Construções com bons recuos, ou seja, com espaço livre em volta, podem receber ventilação e iluminação naturais e assim se tornam mais econômicas.
Da mesma forma, nas cidades também podemos encontrar áreas com alta ocupação do solo. As edificações ficam encostadas umas às outras e ocupam quase toda a área do terreno. As ruas são asfaltadas, as calçadas cobrem toda a área de circulação e praticamente não há verde. 
O adensamento urbano tem a vantagem de concentrar a população em área menor, o que resulta em economia de infra-estrutura urbana, menos deslocamentos, etc. Por outro lado, quando o concreto ocupa o lugar do verde perde-se a área de infiltração da água de chuva. 
As temperaturas nessas áreas passam a lembrar clima de deserto: escaldantes durante o dia e frias durante a noite. A impermeabilização do solo favorece as inundações e enxurradas.
Ponto de equilíbrio
Do ponto de vista ambiental, em áreas urbanas é interessante uma densidade populacional alta, ou seja, mais pessoas habitando áreas menores. Ao mesmo tempo, é preciso manter uma baixa ocupação do solo com a área verde predominando sobre a área construída. 
Conciliar essas duas necessidades não é fácil. Geralmente densidade populacional maior é acompanhada de alta ocupação do solo.
Soluções que equilibram maior densidade populacional com menor ocupação do solo existem, embora ainda não sejam comuns. Brasília nos oferece um modelo interessante nesse sentido. 
As chamadas super quadras brasilienses mantém uma relação boa entre área verde e área construída. O código de urbanismo restringe a área construída predial a 15% da área total da quadra e a ocupação se dá com prédios de apartamentos de até 6 andares. 
Esses prédios acomodam mais moradores do que na ocupação por casas. Nesse caso, temos uma relação amistosa entre áreas livres e construídas combinada com uma densidade populacional média.
O planejamento rigoroso de Brasília não é encontrado em outras cidades brasileiras em função do processo histórico particular da capital federal, mas existem pelo Brasil projetos que também conciliam maior densidade populacional com manutenção do verde. 
São exemplo os condomínios verticais construídos em terrenos amplos. Esses projetos, embora pontuais, talvez não sigam um modelo ideal; geralmente atendem à demanda de famílias de alta renda; mas demonstram preocupação ambiental e com a qualidade de vida.
Fonte:http://radames.manosso.nom.br/ambiental/urbano/adensamento-urbano/ 

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Como utilizar um kit de pH e cloro para testar a água da piscina




Quem tem piscina em casa sabe que a manutenção é das tarefas mais importantes. Para que a água se apresente sempre em boas condições, evitando que fique turva, com bactérias ou mau cheiro, é necessário que tanto o cloro como o pH apresentem níveis adequados.
Por isso mesmo, os níveis de cloro e de pH necessitam de ser medidos com frequência, para que a água não cause problemas à saúde. Para isso, encontram-se facilmente kits de medição de cloro e de pH em diversas lojas da especialidade e de bricolage. Kits esses que medem estes dois parâmetros de forma simples e rápida, fazendo com que qualquer pessoa consiga assegurar a estabilidade da água da sua piscina.
Ainda que seja uma tarefa relativamente fácil de executar, convém conhecer a forma mais correta de utilizar os kits de cloro e pH.

Procedimento para medição de cloro

  • Encha o recipiente de análise de água com a água da piscina (é importante que a água utilizada não seja a da superfície, mas sim de uma profundidade de, no mínimo, 30 cm)
  • De seguida, coloque 5 gotas do reagente para a medição do cloro (ortoluidina)
  • Tape bem o recipiente e agite até que todo o conteúdo fique homogeneizado
  • Mantenha o recipiente de pé
  • Através da escala padrão que é fornecida no próprio kit, faça a comparação com o resultado que obteve através da cor que a água analisada apresentou – os resultados serão apresentados em ppm (partes por milhão)

Procedimento para medir o pH

  • Encha o recipiente de análise de água com a água da piscina que pretende analisar (cumprindo os requisitos do passo anterior)
  • Coloque 5 gotas da solução de vermelho de fenol (reagente usado para a medição de pH)
  • Tape bem o recipiente e agite até que todo o conteúdo esteja homogeneizado
  • Mantenha o recipiente de pé
  • Com a ajuda da escala padrão de pH fornecida pelo kit, compare a cor obtida com a escala padrão, obtendo assim o valor de pH da água da piscina

Controlando o pH e a alcalinidade da piscina – Avançado

 

Apesar de já ter falado bastante sobre pH e alcalinidade da piscina nos artigos “A importância do controle do pH da piscina” e “A importância do controle da alcalinidade da piscina“, ainda ficaram algumas coisas para esclarecer a respeito desses parâmetros da piscina…

Resultados e conclusões

É de notar que a baixa alcalinidade da água faz com que a medição de pH seja dificultada, pelo que é importante que, antes da medição do pH, se corrija a alcalinidade da água. No que toca à medição de cloro, e caso os níveis obtidos sejam superiores a 3 ppm, não é aconselhada a utilização da piscina até que a situação for regularizada.
Em relação ao kit, são recomendados vários cuidados de manuseamento e de armazenamento, de forma a garantir a viabilidade dos resultados e o tempo de vida dos produtos. Deve, por isso, guardar o kit de cloro e de pH num lugar fresco, ao abrigo da luz e do calor, e afastado do alcance das crianças e animais. É ainda importante lavar o recipiente com água corrente antes e depois de cada teste, de forma a preservar o equipamento e garantir a maior viabilidade dos testes.

Controlando o pH e a alcalinidade da piscina – Avançado

 

Apesar de já ter falado bastante sobre pH e alcalinidade da piscina nos artigos “A importância do controle do pH da piscina” e “A importância do controle da alcalinidade da piscina“, ainda ficaram algumas coisas para esclarecer a respeito desses parâmetros da piscina…

Me dei conta disso quando me perguntaram através dos comentários do site sobre o que fazer quando a alcalinidade da piscina está baixa e o pH está alto.
Relendo estes dois artigos percebi que realmente não havia falado sobre essa e algumas outras coisas… Então, aqui vamos nós!

Os parâmetros da piscina

Os parâmetros mais medidos de uma piscina são:
• Cloro livre
• Cloro total
• Cloro combinado (diferença entre cloro total e livre)
• PH
• Alcalinidade total
• Dureza cálcica
• Temperatura
• Ácido cianúrico
• Sólidos dissolvidos
Entretanto, o pH, o cloro total e cloro livre são medidos com maior frequência dentre os supracitados.
Justamente por isso, vamos nos limitar apenas a considerações sobre pH e alcalinidade total (denominada daqui por diante apenas por alcalinidade) ok?

Controlando o pH e a alcalinidade da piscina

Embora sejam parâmetros dependentes entre si, são corriqueiramente confundidos por desavisados…
Uma água com pH inferior a 7,0 é denominada água ácida.
E com pH superior a 7,0 é denominada água básica (também denominada de muitas vezes de alcalina, o que, na linguagem química, é equivocado).

O pH é uma medida físico-química logarítmica de base 10.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Férias em condomínios. O que fazer com a criançada?





Com a chegada das férias escolares, a garotada costuma passar mais tempo dentro dos condomínios. E criança enfurnada em casa, cheia de energia para gastar, pode dar um trabalho danado. Bagunça e barulhos não faltam! Como cuidar para que elas se divirtam com segurança e sem transtornos para os moradores? Uma alternativa adotada em muitos edifícios é oferecer atividades recreativas coletivas, seja pela contratação de profissionais qualificados ou a partir da organização entre os próprios moradores. Então, vamos agitar a galera e montar um bom planejamento de recreação?
1 – Recreação profissional. Junto com seus vizinhos, contrate um serviço de recreadores para oferecer às crianças uma programação vasta de brincadeiras e atividades durante uma ou duas semanas (geralmente as duas últimas das férias, por percebermos que os pequenos já estão sem ter muito o que fazer em casa e ficam um pouco entediados). Não se esqueça de auxiliar o serviço de recreação, oferecendo a todos, crianças e recreadores, um momento de lanches saudáveis.
2 – Pais animados e unidos. Se contratar uma recreação não está nos planos, entre os pais do condomínio, você e seus vizinhos podem eleger os mais dispostos a brincar, aqueles mais divertidos, que não trabalham nesta época, se empenham e gostam de estar com as crianças. Estabeleçam entre vocês os melhores horários para oferecer a programação de brincadeiras. Organizem atividades por dia e divulguem para a turminha. Todos ficarão felizes e à espera das brincadeiras que mais gostam, acompanhando a programação diariamente.
Se os moradores escolheram a primeira opção, basta confiar na alegria dos profissionais e se divertir com a aprovação da criançada.  Mas, se a segunda opção é a melhor para você e seus vizinhos, vocês vão precisar de dicas para montar a programação e criar as brincadeiras. A gente dá essa força!
Confira abaixo uma lista de sugestões de atividades que garantem férias inesquecíveis:
Prepare um desfile de moda
Com as criações próprias ou com combinações do guarda-roupa (da criança ou dos pais), a graça é fazer um evento e pensar em tudo. Local, decoração, figurinos, modelos, trilha sonora, maquiagem e penteado. 
Jardinagem e plantação
Crianças que vivem em cidades grandes dificilmente têm oportunidade de ter contato com a natureza. Que tal aproveitar o período sem aula para isso? Pode ser uma plantinha pequena, pode ser uma árvore, pode ser até um feijão no algodão. 
Arte com papel
Basta um jornal velho, bexigas, cola branca e um pincel para criar vários objetos usando a técnica da papietagem. Encha a bexiga e cubra com várias camadas de papel picado cobertas pela cola. Depois de seco, pode virar um vaso, uma luminária ou o que a imaginação inventar.
Crie seu próprio brinquedo 
Vale usar material reciclado, tecidos e o que mais a imaginação permitir. Não se esqueça de ajudar as crianças, já que, muitas vezes, é preciso usar cola quente, tesoura e outros objetos perigosos.
Monte peças teatrais
Que tal montar uma releitura de uma peça famosa? Ou quem sabe criar uma história nova? Ou ainda sortear papeis em um envelope cheio de personagens (bruxa, mágico, bichos, empresário, fada…) e deixar a peça rolar solta? Uma apresentação para reunir a família e amigos também pode ser bem legal.
Escreva um livro                                                                                                             
Dobre várias folhas sulfites ao meio e grampeie formando um pequeno livro em branco. Entregue para as crianças dizendo que é a oportunidade de escrever seu próprio livro. Ilustrações e a capa também entram na brincadeira.
Gincanas                                                                                                    
 Pegar sacos, cordas, pneus, bolas, por exemplo, pode garantir boas horas de entretenimento e muita diversão para as crianças.
Tarde de jogos musicais
Qual é a música; brincadeiras de roda; músicas folclóricas; concurso de karaokê; paródias;  versinhos e dedicatórias de música… São tantas as opções!
Piquenique                                                                                                   
Faça um piquenique com as crianças na área de lazer do condomínio. Utilize garrafas térmicas para colocar bebidas para aquecer o corpo no frio, como chocolate quente. Tortas, bolos, frutas, biscoitos, pão de queijo e pipocas dispostas em uma toalha xadrez podem fazer com que as crianças se sintam especiais.
Lembre-se: porteiros, zeladores e funcionários do condomínio não são responsáveis pelas crianças.

Assista também: 


Fonte:  www.epoca.globo.com

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Retrofit vira opção para valorizar imóvel




Segundo especialistas do setor, método de modernização de prédios antigos pode valorizá-los em até 50% em relação ao preço atual.
No momento em que os terrenos estão cada vez mais escassos para a construção de imóveis mais modernos, o retrofit tem se tornado a grande opção para se conseguir uma rentabilização maior com os edifícios que já foram levantados há muito tempo.
Este trabalho consiste desde a reforma da fachada do imóvel até melhorias nas instalações elétricas, hidráulicas, e áreas comuns dos edifícios, como elevadores, sistemas de iluminação, mobiliários, entre outros.
A iniciativa busca, além da modernização do condomínio, tornar o imóvel mais competitivo no mercado em relação aos novos empreendimentos imobiliários.

Segundo especialistas do setor, este método conhecido popularmente como “cirurgia plástica” dos prédios antigos pode valorizá-los em até 50% em relação ao preço atual.

Veja mais: 

domingo, 4 de junho de 2017

PLAYGROUND EM CONDOMINIO



Não tem quem odeie ele. O playground é uma das áreas preferidas no condomínio, onde as crianças se reúnem e passam horas se divertindo – além da segurança que os pais sentem por saberem que os filhos estão tranquilos. Mas o sentimento de tranquilidade não vem de graça: quais são os cuidados para que se tenha um parquinho seguro?

Não há leis que tratem da instalação, segurança e manutenção de playgrounds, mas a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) possui regulamentação sobre o assunto. A norma NBR 16071 está dividida em sete partes e apresenta os requisitos mínimos para que se tenha um parquinho no condomínio ou em casa.

Os brinquedos devem ser de material atóxico, ter cantos arredondados, proteção em plataformas e escorregadores de polietileno, para não queimar a pele. O plástico é o material mais indicado para playgrounds, pois tem limpeza fácil, é leve e possui uma durabilidade maior se comparado a outros materiais – 15 anos, no mínimo. Outra orientação é manter um espaço livre entre os brinquedos de, no mínimo, 1,30 metros.


O piso também deve ser considerado na área de lazer. Para minimizar quedas e melhorar a aderência dos brinquedos no chão, invista em pisos antiderrapantes e com absorção de impactos, como as placas de EVA, que são emborrachadas.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, a construtora do edifício é responsável pela manutenção do parquinho, se ele foi entregue conjunto à obra, durante os primeiros 5 anos. Após o período, o síndico responde pela manutenção.

Se o condomínio não possui playground, vale o bom senso na hora de propor a instalação de um. Realize mais de um orçamento, meça o espaço que será utilizado (isso é essencial para pedir um orçamento) e verifique se a empresa que produz os brinquedos é certificada de acordo com as normas da ABNT. Na hora de levar o tema para discussão na reunião de condomínio, apresente os dados.


É importante ter um registro para manutenção do espaço, um livro com orientações, anotações de revisões e cuidados, aberto ao público e que seja repassado a cada gestão de síndico. Isso garante transparência e fiscalização para que se mantenha a segurança dos brinquedos.

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