A convivência entre condôminos está cada vez mais difícil. Muitos
síndicos acabam mediando conflitos mas há outras alternativas para solucionar
brigas envolvendo vizinhos.
Fatores como o estresse cotidiano, a
falta de paciência e o temperamento explosivo de muitos condôminos têm
transformado os condomínios num verdadeiro campo minado. Discussões entre
moradores explodem a todo distante. Barulho, vagas de garagem e vazamentos
estão entre os principais estopins das brigas entre vizinhos. Invariavelmente,
os embates resvalam no síndico, que acaba fazendo papel de mediador.
O advogado Michel Rosenthal Wagner
conta que tem sugerido e implementado, em alterações de convenção ou de
regulamento interno dos condomínios, o conselho de ética e recursal. Ou seja, o
conselho funciona também para apreciar recursos de multas. Michel lembra que
para alterar a convenção é necessário quorum de 2/3 dos proprietários, enquanto
que para modificar o regulamento basta o voto da maioria absoluta dos presentes
em assembleia. “O objetivo do conselho é ter um caminho para o diálogo dentro
do condomínio, que não seja só o síndico. É preciso que o condomínio tenha uma
instância interna mais ágil, além das assembleias, para apreciar e ponderar
questões envolvendo discussões entre moradores”, sustenta o advogado. “É uma
alternativa para uma administração saudável”, completa. Michel frisa, porém,
que não basta simplesmente criar um conselho de ética e votá-lo em assembleia.
“Nesse caso, as decisões ficam fracas e deixam de ter força”, finaliza.
Por Luiza Oliva
Matéria publicada na Revista
Direcional Condomínios.
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