Assumir o papel de síndico é muito mais que administrar as
contas internas do condomínio. Além de tratar, muitas vezes, de conflitos pessoais
entre vizinhos, ele assume, também, a responsabilidade legal por aquela
administração como em uma empresa só que sem fins lucrativos. Para fugir desta
responsabilidade, e conflitos, uma tendência que vem se popularizando é a
contratação do síndico profissional. O presidente do sindicato dos síndicos de
São Paulo (Sindsíndico), José do Amaral Nogueira Jr. Explica que o síndico não
tem, necessariamente, que ser um dos moradores do prédio. Ele pode ser uma
pessoa contratada para assumir esta responsabilidade. Mas, ele alerta, é
preciso ter cuidados na hora de contratar. “É essencial saber quem é a pessoa
que se está contratando, se não for alguém responsável, ele pode gerar grande
prejuízo para o condomínio”, alerta. Uma das formas de assegurar o preparo do
síndico de aluguel é verificar se ele freqüentou algum curso de formação
específica. O coordenador do primeiro curso de gestão de condomínios em
Salvador, Edeimival Júnior comenta que a administração de um condomínio, hoje,
é semelhante à de uma empresa, já que principalmente os novos empreendimentos
oferecem infraestrutura complexa, como em verdadeiros clubes. “Hoje, até mesmo
os condomínios para a classe C possuem grandes áreas de lazer, de difícil
gestão, nestes casos é melhor entregá-la a um profissional varia de acordo com
o porte de casa condomínio e com o tempo de permanência dele no prédio. Isso
porque o sindico profissional pode assumir a administração de várias
condomínios. “O valor cobrado varia de dois a dez salário mínimos”, comenta o
gerente regional da Apsa, administradora de condomínios na Bahia, Luiz Alberto
dos Santos. “O sindico vai cobrar mais ou menos a depender do grau dos
problemas a serem resolvidos em cada caso”, disse. Apesar de precisar
administrar o condomínio, o sindico profissional não assume as funções de uma
empresa administradora. “A empresa faz a administração das contas e os
balanços, o sindico cuida do planejamento”, explica Amaral, do Sindsíndico. E,
por ser mais isento que um síndico morador, ele também costuma resolver conflitos
internos com maior rapidez e isenção que um morador. “O sindico profissional
consegue aplicar advertências e multas, nos casos de inadimplência, sem
envolvimento emocional e sem criar inimigos”, defende Amaral. Nesses casos, a
queda da inadimplência é uma das grandes conseqüências positivas listadas por
ele. Luiz Alberto, da Apsa, defende, porém, a prioridade para os síndicos
moradores. “Acredito que os moradores conseguem cuidar melhor do patrimônio
deles. Só indicamos a contratação de um profissional em ultimo caso”. Nos
estados do Rio de janeiro e São Paulo, a contratação de síndicos é mais popular
que em Salvador. Uma das queixas do setor ainda é a falta de regulamentação da
profissão. Os síndicos contratados não tem vinculo empregatício, eles firmam
contratos como prestadores de serviços. E buscam a regulamentação de um código
de ética e da exigência de uma formação especifica para formalizar a profissão.