CRISE HÍDRICA EM
SÃO PAULO
PELA
PRIMEIRA VEZ EM 18 MESES, O SISTEMA NÃO DEPENDE MAIS DO VOLUME MORTO, A
SITUAÇÃO, CONTUDO, É MUITO DELICADA. O AUMENTO DE CHUVAS POR SI SÓ NÃO É UMA
GARANTIA DE QUE O SISTEMA ENCHERÁ.
A
NORMALIZAÇÃO DOS TRABALHOS DO SANTO, CONTUDO, NÃO É A ESPERADA GARANTIA DE UMA
VOLTA À NORMALIDADE. ISSO PORQUE, A SABESP TEM
RETIRADO MUITO MENOS ÁGUA DO SISTEMA – O QUE, AO LADO DA REDUÇÃO DE PRESSÃO, É
APONTADO COMO UM DOS MOTIVOS DA FALTA D’ÁGUA QUE TEM IMPACTADO A VIDA DE MILHARES DE PESSOAS E TAMBÉM DA RECUPERAÇÃO DE PARTE DO VOLUME DE
ÁGUA VISTA AGORA. ANTES DA CRISE, ERAM USADOS ENTRE 33 E 36 M³/S, HOJE SE USA
CERCA DE 15 M³/S.
COMO ECONOMIZAR EM SEU CONDOMÍNIO:
Para incentivar
a economia de água, condomínios de prédios em Guarulhos, na Grande São Paulo, adotaram
medidas de conscientização entre os moradores. Ações como alertas sobre
racionamento contribuíram para que apartamentos recebessem descontos na conta
de água.
Sob
racionamento da prefeitura, um condomínio no bairro Macedo criou um sistema
para alertar os moradores sobre a necessidade da economia de água. Todos os
duas, o zelador Isaac Moreira coloca papéis coloridos na entrada dos blocos. “A
gente coloca o papel azul quando tem água da rua e o vermelho quando não tem.
Os moradores já estão cientes disso”, conta Moreira. A ideia contribuiu para
que 80% dos apartamentos conseguissem descontos na conta de água.
Na mesma rua,
outro prédio adotou um rodízio por conta própria. São seis prédios, o que
totaliza 500 apartamentos, com relógios individuais. A cada dia da semana o
registro de uma torre é fechado das 9h às 18h. “Na sexta-feira eu me programo.
Levanto cedo, deixo tudo arrumadinho, toma um banho, aguinha dos gatos, louça
limpa, um almoço pronto, um lanche. Nada assim com muito sacrifício”, explica a
professora Vera Lúcia de Lucca.
Nas áreas
comuns do edifício é proibido usar água para a limpeza e as plantas são regadas
a cada três dias. Todas as medidas foram decididas em assembleia e a maioria
dos moradores concordou com o rodício. “A economia, num primeiro momento, é de
10% de água. Ainda é pequena. Mas mais do que isso, a gente está tentando
conscientizar os moradores sobre a necessidade de tomar atitudes”, avalia o
jornalista Ernesto Zanon.